19.10.06
Personagens diferentes vão decidir
Veja só o que virou a Série de Campeonato da Liga Nacional. Os heróis improváveis abundam, com o perdão da cacofonia. O último deles é John Maine, que ontem à noite arremessou sem permitir corridas por 5 1/3 entradas e ajudou seu New York Mets a vencer por 4-2 o St. Louis Cardinals, forçando um jogo 7 hoje à noite. Maine agora está na companhia de Darren Oliver, Jeff Weaver, So Taguchi e Scott Spiezio, todos também heróis inimagináveis nesta série.

Podemos até incluir Óliver Perez nesse grupo, já que muita gente nos Estados Unidos parece achar que suas cinco corridas permtidas em 5 2/3 entradas no jogo 4 foram uma atuação digna de outubro, ao invés de uma performance sofrível acompanhada do resto do time marcando 11 corridas enquanto ele ainda estava em campo. Quase dá para acreditar nesse pessoal, porque o técnico Willie Randolph, dos Mets, jogou o dardo na sua escalação, e o seu arremessador titular para o jogo 7 será... Óliver Perez! O herói improvável do jogo 4!

Um roteiro de cinema não seria tão criativo.

Perez vai encarar Jeff Suppan, o titular número 2 dos Cardinals e semi-herói improvável no jogo 3, com um shutout. Suppan até teve uma boa temporada, mas eliminar os dois Carlos, mais Reyes, mais Wright? Totalmente improv... bem, vai saber.

Provavelmente, todo mundo vai ter de se preparar para arremessar. Oliver, que arremessou por seis entradas sem sofrer corridas durante a derrota no jogo 2, substituindo S-t-e-v-e T-r-a-c-h-s-e-l, deve ser chamado ao primeiro sinal de encrenca que Perez der. Tom Glavine, brilhante no jogo 1 e nocauteado no 5, possivelmente conseguirá dar conta de um entrada, já que hoje ele treinaria no bullpen de qualquer maneira.

A idéia é que esse trio, talvez junto com o limitado Trach... s... el, que se contundiu na coxa por não ser rápido o suficiente para sair do caminho de uma das bolas rebatidas com força que ele permitiu no jogo 3, leve o jogo à sexta entrada, quando os arremessadores reservas — Chad Bradford, Aaron Heilman, Guillermo Mota e Billy Wagner — assumiriam seus papéis normais.

O problema desse cenário é que Wagner, o fechador, parecia bem cansado nas duas últimos vezes que arremessou (jogos 2 e 6), e Mota e Bradford arremessaram em dois dias seguidos, três dos últimos quatro e quatro dos últimos seis. Se bem que eles preferem deixar o descanso para novembro, com certeza.

Já os reservas dos Cards estão bem mais descansados. Dos quatro deles que têm ido bem nesta série — Tyler Johnson, Randy Flores, Josh Kinney e o fechador Adam Wainwright —, apenas Johnson arremessou ontem, por 1 1/3 entrada. E, como ele não tinha arremessado no jogo 5, anteontem, nenhum dos quatro trabalhou em dias consecutivos desde que Kinney o fez na sexta e no sábado.

Até aí, isso não significa muita coisa, afinal os Cardinals não conseguiram vencer o jogo 6, apesar de ser o confronto justamente de seu ás, Chris Carpenter, contra um cara, Maine, que deve ser tipo o sétimo ou oitavo titular dos Mets. E Perez? Ora, ele teve um ERA acima de 5,00 na Triplo-A! Maine e Perez combinados tiveram campanha de 15-28 nesta temporada, somando grandes e pequenas ligas. Não é como se os Cardinals estivessem com Koufax e Drysdale separando-os da Série Mundial.

Mas só dá para ser um herói improvável se ninguém esperar muito de você.

P.S.: Agradeço a King Kaufman pelas hilariantes referências a Steve Trachsel.

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Escrito por Alexandre Giesbrecht | 0 comentários
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