Pela primeira vez desde 2003, não teremos uma varrida na Série Mundial. O veterano Kenny Rogers liderou os Tigers na vitória por 3-1 no jogo 2, empatando a série em 1-1. Os coadjuvantes de Rogers foram Craig Monroe, que rebateu um
home run na primeira entrada, e Carlos Guillen, que ficou a um
home run de rebater o ciclo. Ah, sim, e a mancha de sujeira ou coisa parecida que havia em sua mão durante a primeira entrada.
Não se fala de outra coisa no jogo 2. Onde quer que se procure informações na internet ou na TV a cabo, só falam da mancha na mão esquerda de Rogers. Câmeras de TV captaram algo marrom com aparência de sujeira na base do polegar do arremessador durante a primeira entrada. Na segunda entrada, a mancha sumiu, mas Rogers continuou arremessando zeros, e não permitiu rebatida válida alguma até a oitva entrada ele tinha permitido uma simples na primeira.
Ele lavou a mão no primeiro intervalo entre entradas, a pedido do árbitro Alfonso Marquez. O supervisor de arbitragem Steve Palermo confirmou a história, destacando ainda que sujeira não é uma substância estranha; é parte do jogo. E como se sabia que era sujeira? "Foi observado como sendo sujeira", explicou Palermo. "Eles são profissionais altamente treinados, capazes de identificar sujeira, e esta não é a primeira vez que eles saem de casa."
O mais estranho do episódio é o fato de o técnico dos Cardinals, Tony La Russa, não ter criado um grande caso a respeito (imaginem se fosse contra um time comandado, por exemplo, por Leão). Ele sempre cria caso, por qualquer coisinha, mas, desta vez, não pareceu se importar muito. Como Rogers foi (muito) bem depois de lavar a mão, até poderia ser caso de deixar para lá. Mas a ESPN analisou o vídeo dos outros jogos de Rogers nestes playoffs, e
descobriu uma substância marrom similar na mão de Rogers nas vitórias dominadoras sobre Yankees e A's.
Só porque Rogers arremessou bem depois que sua mão foi limpa não significa que ele não tentou trapacear. Da mesma maneira que só o fato de sua mão estar com uma mancha marrom não significa que ele estava trapaceando. São apenas
indícios. Mas não duvide que, em 2036, vai haver algum torcedor dos Cardinals reclamando de uma teoria da conspiração na distante Série Mundial de 2006.
Pois bem, chega de Rogers (por ora). Vamos falar de outro arremessador do Detroit. Todd Jones entrou para fechar a partida e quase complicou a situação dos Tigers. O técnico Jim Leyland iria esperar até quand o para colocar Joel Zumaya em campo? Você sabe que é Zumaya, não sabe? Aquele dos arremessos a mais de 160 km/h, que eliminou 97 por
strike-out em 83 1/3 entradas, teve um ERA de 1,94 e não arremessa desde 10 de outubro. Sim, esse cara.
Jones foi vitimado por um erro com duas eliminações naquela quase desastrosa nona entrada. Um erro que ele mesmo cometeu, diga-se de passagem. Felizmente para ele, esse erro não deixou corridas, apenas corredores na primeira e terceira bases. Logo em seguida, ele permitiu uma rebatida dupla de Juan Encarnación, que diminuiu o placar para 3-1, e acertou Preston Wilson com um arremesso, antes de uma eliminação forçada com Yadier Molina, o herói da SCLN, no bastão.
E assim vamos a St. Louis para o jogo 3, amanhã: nenhum dos times está embalado, um arremessador que pode voltar a jogar nesta pós-temporada está sob suspeita e já não teremos uma varrida. Não dá para reclamar desta Série Mundial.
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