24.4.07
RevistaK.com
Foi lançada na semana retrasada a primeira revista eletrônica quinzenal sobre o beisebol, a
RevistaK.com. Este que vos escreve é um dos participantes. E precisa descobrir o que fará com este blog no futuro.
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22.3.07
O salvador da pátria
Desde que chegou a Pittsburgh, Adam LaRoche vem sendo tratado como salvador da pátria. É matéria atrás de matéria falando que o time melhorou demais com a sua chegada, como se um só jogador pudesse fazer a equipe dar a volta por cima (nem considero tanto a saída de Mike González, porque acredito que os Pirates têm substituos à altura). A
matéria de hoje no
Pittsburgh Post-Gazette traz mais exemplos disso.
"O que fizemos na segunda metade da temporada passada", avalia o interbases Jack Wilson, "não foi nada de especial. Realmente não fizemos nada tão gigantesco. Todos simplesmente jogaram. Jogamos como um time, isso foi divertido, e nós ganhamos.
E isso foi sem Adam LaRoche. Nosso time está melhor em termos de escalação. Para mim, o céu é o limite. Acho que vamos surpreender muita gente."
Uau. Quanto peso nas costas de um só jogador, que nem é tão experiente assim.
Pelo menos, LaRoche parece estar levando as coisas na boa. E com confiança, talvez o aspecto mais importante de todos. Desde que chegou, ele meio que aceitou o papel de salvador, ainda que implicitamente. Ele realmente acha que o time vai melhorar e considera importante o fato de estar vindo de uma cultura vencedora. Talvez seja mesmo.
"Gosto do que estou vendo por aqui", explica. "Gosto do que estou ouvindo — o papo dos caras sobre subir [pelas ligas menores sempre] vencendo. Eu estava falando sobre isso outro dia com o Jack [Wilson]. Eu disse: 'Sabe, temos muitos caras que subiram vencendo, e, para eles, não é justo falar sobre 14 anos de derrotas quando eles chegam a Pittsburgh.' Eles não estavam aqui."
Nem LaRoche estava. Agora, sem os veteranos bem pagos, vamos poder descobrir se a cultura vencedora das ligas de baixo ou de outros times pode finalmente contagiar os Pirates. Ninguém espera uma Série Mundial em 2007, mas uma simples campanha de 82-80 já seria um avanço incomensurável. Mesmo um 81-81 já seria.
Marcadores: Adam LaRoche, Jejum, Pirates
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20.2.07
Humildade e alegria
Pode ser por causa de 14 anos de derrota atrás de derrota. Pode ser pela juventude do resto do elenco. Pode ser pela sua educação no Japão.
Ou pode não ser nada disso.
No
Pirates Q&A de
ontem, o repórter Dejan Kovacevic fala sobre a experiência do arremessador Masumi Kuwata na pré-temporada dos Pirates. Aos 38 anos, Kuwata chegou a Bradenton, Flórida, sem grandes expectativas de conseguir uma vaga no time principal, principalmente porque sua última boa temporada foi em 2002 e, de lá para cá, ele não somou mais que nove vitórias.
Apesar de tudo isso e da cobertura da imprensa japonesa mais de 50 repórteres da Terra do Sol Nascente estão na Pirate City , ele demonstra uma humildade ímpar nos treinamentos. Ele parece ser o único a cumprimentar a todos de manhã, com um bom-dia em inglês. Todos mesmo, de voluntários ao pessoal que já está acostumado a ser ignorado.
Ele ainda demonstra alegria só por estar ali, sorrindo o tempo todo, brincando e rindo das piadas dos companheiros até quando obviamente ele não as entendeu.
Fala Kovacevic: "Eu me surpreendi com as intenções de Kuwata desde que soube que ele assinou contrato, já que suas atuações nos últimos cinco anos não seriam suficientes para trazê-lo às grandes ligas. Mas agora acho que entendi: ele só queria vir para cá, tentar algo novo, ver como ele se dava e saborear cada momento."
Isso é cada vez mais raro nos esportes profissionais. E não me refiro apenas aos esportes americanos.
Marcadores: Pirates, Pirates Q-A, Pré-temporada
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13.2.07
Para ficar de olho
Tom Verducci, um dos melhores cronistas de beisebol na atualidade, traz em sua
coluna desta semana uma lista interessante, com um jogador de cada time da Liga Nacional que pode ter em 2007 seu ano da virada (os times da Liga Americana serão listados na semana que vem). A lista é auto-explicativa, mas eu gostaria de tecer comentários sobre alguns dos jogadores.
Scott Thorman, dos Braves, é o primeiro listado, graças à ordem alfabética dentro da NL Leste. Os Braves realmente estão confiando nele. E, ao mesmo tempo, depositando em suas costas um peso terrível de responsabilidade. Afinal, eles trocaram Adam LaRoche (32
home runs em 2006) acreditando que Thorman está pronto para assumir a primeira base. É bom que Thorman não demore muito a produzir, pois isso pode abalar sua confiança.
Esse problema de confiança, aliás, é, para mim, o que afetou Óliver Pérez, outro jogador listado, pelos Mets. Pérez começou muito bem em Pittsburgh. Em 2004, foi o rei dos
strike outs, o que gerou uma expectativa monstruosa para 2005, que acabou sendo um ano catastrófico para ele. Tão catastrófico que foi até encurtado por conta de um contusão ao chutar, de raiva, um carrinho de lavanderia no vestiário depois de ser substituído mais cedo em um jogo contra os Cardinals. Em Nova York, ele não terá a pressão de ser o melhor arremessador do time como em Pittsburgh e terá a oportunidade de provar que pode, sim, voltar a dominar os rebatedores.
O último jogador citado por Verducci na LN Leste que eu quero comentar é Jon Lieber, dos Phillies. Eu não apostaria nele. Aos 37 anos e com uma temporada desastrosa no ano passado, é difícil acreditar que ele possa se recuperar. Por outro lado, como ele é da chamada "Geração dos Esteróides" não que ele tenha sido acusado de alguma coisa, mas ele é da mesma época da maioria dos principais acusados , se ele conseguir voltar a postar bons números, isso serviria ainda por cima para que ninguém diga que ele só caiu de produção em 2006 por conta de alguma substância ilegal que ele porventura tenha deixado de consumir. Isso, aliás, vale para muitos outros jogadores que sejam seus contemporâneos.
Na LN Central, o jogador citado pelos Cardinals foi o arremessador Kip Wells, que, como Pérez, é um ex-Pirate. Wells sempre demonstrou grande potencial (e não é dos piores na hora de rebater), mas nunca conseguiu alcançá-lo. No ano passado, começou a temporada no estaleiro, com uma contusão bizarra no ombro, e, quando voltou, na segunda metade do calendário, teve números horríveis, mesmo contando com um maior apoio do resto do time, que teve uma campanha acima de 50% depois do Jogo das Estrelas. A chance dele é se acertar com o técnico de arremessos Dave Duncan, que tem um bom histórico com esse tipo de jogador.
Outro ex-Pirate que é citado é David Ross, apanhador dos Reds. Não duvide de que esta será sua última chance, depois de rodar por meia Liga Nacional. Em Pittsburgh, ele nem foi tão mal em 2005, mas sobrou com o excesso de apanhadores. Sua média não foi lá grande coisa (22,2%), mas ele tinha alguma força e acertou algumas rebatidas cruciais nos momentos certos.
O último jogador citado que eu quero comentar é José Castillo, dos Pirates. Há coisa de um mês, o interbases Jack Wilson desafiou-o a jogar tudo o que sabe em 2007. Se ele atingir todo esse potencial, o time certamente vai melhorar. Senão, é quase certo que o venezuelano não esteja mais em Pittsburgh na pré-temporada de 2008. Aliás, nesta pré-temporada que se inicia ele já vai ter a missão de provar o seu valor. O técnico Jim Tracy disse que uma vaga no time titular estará em disputa entre Castillo e o outro José, o Bautista. Se Castillo ganhar a briga, ficará na segunda base e Bautista será um dos principais reservas. Se Bautista é que levar, ele assume a terceira base, enquanto o artilheiro da LN em 2006, Freddy Sánchez, passa para a segunda. Se não for um jogo de cartas marcadas, vai ser uma bela disputa.
Marcadores: Braves, Cardinals, Mets, Phillies, Pirates, Reds
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4.2.07
LaRoche sobre Braves e Pirates
O Atlanta Braves reuniu ontem, no estádio Turner Field, Chipper Jones, Brian McCann, Jeff Francoeur e 15 outros jogadores para o seu
FanFest. Entre esses jogadores, claro, não estava Adam LaRoche. Depois de ser trocado para Pittsburgh no mês passado, ele foi a estrela do
FanFest dos Pirates, no fim de semana passado, e declarou ao jornal
Atlanta Journal-Constitution que estava embasbacado pelo entusiasmo da torcida de um time que tem freqüentado constantemente a lanterna de sua divisão nos últimos 14 anos.
Ele também fez uma pequena crítica à torcida de Atlanta: "Eles ficaram mimados, e acho que eles sabem disso. Alguém já deve ter dito isso a eles a esta altura. Eles ficaram mimados, e nós, como jogadores, ficamos mimados."
LaRoche sente uma vibração doferente em Pittsburgh do que a que ele deixou para trás em Atlanta, não só por parte da torcida, mas por parte dos jogadores. Uma parte disso ele considera algo bom; a outra, ele não tem certeza.
"Foi muito louco. Aquela torcida estava alucinada." Foi assim que ele descreveu a
FanFest dos Pirates. "Passei um pouco mais de tempo com o GG e com a comissão técnica, para descobrir qual é a direção que eles estão tomando. Vai ser divertido, embora não vá ser fácil. É um time bastante jovem, definitivamente vai ser um desafio. Os objetivos deles agora se referem a mudanças, quase como se o objetivo fosse chegar aos 50%, para só então tentar chegar aos playoffs. Eles não sabem se isso vai levar três ou cinco anos."
E completou: "Na minha opinião, eles têm de tirar essa coisa de 50% da cabeça e tentar ir de uma vez aos playoffs." Sem dúvida, a mentalidade de um jogador que foi recrutado e desenvolvido pelos Braves, um time que conseguiu 14 classificações seguidas para os playoffs antes de assistir à pós-temporada pela televisão depois de sua decepcionante temporada de 2006, que interrompeu uma seqüência inédita.
LaRoche está indo de um time imponente, que entrava em campo esperando a vitória, para um time jovem que ainda está tentando construir uma mentalidade vencedora.
"É diferente demais, para melhor e para pior. Eles querem vencer, mas acho que ninguém tem muita certeza de como fazê-lo. Eles estão procurando por algumas pessoas para chegar e ensiná-los. Essa vai ser a parte mais legal."
Marcadores: Adam LaRoche, Braves, Pirates
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13.12.06
Problema do tamanho da cabeça
Escrevi aqui na semana passada sobre Barry Bonds. Deixei bem claro que eu tinha certeza de que ele jogaria em 2007 ainda nos Giants. Não deu outra. Eu só errei quando disse que seu salário sofreria um belo corte. Bem, US$ 2 milhões são um belo corte, mas nem tanto se comparados ao salário que ele recebia no ano passado: foi um corte de 11%.
Pode até ser que haja outros assuntos mais interessantes para se falar nessas férias do beisebol. Mas a Questão Bonds é um assunto intrigante, que sempre representa boa lenha para se jogar na fogueira. Parte da torcida dos Giants e uns poucos torcedores de outros times idolatram o cabeçudo. Querem a qualquer custo que ele bata o recorde de
home runs de Hank Aaron, e dane-se a montanha de acusações de doping.
A esmagadora maioria dos torcedores de outros times acha que o simples fato de ter passado Babe Ruth, assumindo a vice-liderança da lista, já foi uma mancha suficiente e torce para que Bonds não consiga os 21
home runs que faltam para o recorde. São essas mesmas pessoas que fazem com que os Giants soem defensivos até demais por uma renovação de contrato que, para qualquer outro jogador, teria tido pouca repercussão além dos valores.
"Eu não vou me desculpar por Barry ser o nosso quato rebatedor", disse o gerente geral do time, Brian Sabean, de forma algo impaciente, na segunda-feira. Não só não vai se desculpar, como vai tentar fazer do anúncio oficial, ainda nesta semana, um pronunciamento grandioso. Algo como algum presidente brasileiro dando grandes notícias em véspera de eleições.
Essa renovação é uma renovação sem ética, em que os Giants venderam o que restava de sua integridade em troca de alguns ingressos vendidos. Como eu disse lá em cima, há pessoas que vão aplaudi-la e, se alguma delas ler estas linhas, vão aproveitar para me criticar. Mas, pelo que leio por aí, mesmo entre torcedores dos Giants, há desapontamento e raiva.
Não por causa de Bonds em si ou mesmo do que ele significa. Mas porque a torcida de São Francisco, como qualquer outra, quer, acima de tudo, ganhar. E esse pessoal não acredita que os Giants vão ganhar com Bonds, em decadência clara. Pior: eles não acreditam que a diretoria do time se importe em ganhar. O mercado de agentes livres é obsceno, e não me refiro só a este ano. A torcida sabe que os Giants não tinham muitas opções. O que eles não entendem é como os Giants não puderam prever essa situação e planejar melhor o que fazer ao longo dos dois últimos anos de derrotas.
Ao final da temporada passada, Sabean disse que os Giants iriam tentar uma nova tática, porque "mais velhos e mais experientes não funcionou". E a torcida agora acha que era só jogo de cena, um claro eufemismo para "mentira". Quem acreditou no dono do time, Peter Magowan, quando este disse que Bonds não seria o núcleo do time deve estar usando um nariz de palhaço agora.
A jornalista Ann Killion, do jornal
San Jose Mercury News, falou com membros importantes da diretoria dos Giants, e vários deles acham difícil de acreditar que o time tenha deixado Bonds de novo dar as cartas. Eles se perguntam se quem tomou a decisão não percebeu todos aqueles assentos vazios em 2006.
A renovação de contrato torna os Giants participantes ativos e por completo no legado manchado de Bonds. Até agora, dava para dizer que o time era um mero cúmplice. O último contrato que eles deram a Bonds foi em 2002, quando ele ainda estava produzindo números históricos e bem antes das detalhadas acusações de uso de esteróides começarem a aparecer.
Sim, eles acataram a opção que tinham naquele contrato uma decisão que imediatamente voltou-se contra os Giants, já que ele ficou contundido durante a maior parte da temporada de 2005. Mas acatar uma opção é uma decisão muito mais passiva do que dar a Bonds, que vai fazer 43 anos em julho, um contrato de um ano a US$ 16 milhões.
Ao contrário do que possa parecer, estas divagações não têm tanto a ver com os esteróides. Se Bonds não estivesse prestes a quebrar o sagrado recorde de
home runs de Hank Aaron, os Giants nem pensariam em trazê-lo de volta. Eles não se sentem intimidados pelo recorde prestes a ser manchado, pelo caminhão de evidências contra Bonds maior que a cabeça dele, pelo que os livros de história do esporte vão falar do jogador e do time que o abrigou. Os Giants tiveram a chance de se livrar dessa pecha, de deixar que isso fosse problema de outrém. Ao invés disso, eles optaram por se envolver até o pescoço.
Mas não é só isso. É também uma decisão esportiva questionável moralmente.
Os Giants estão recompensando um jogador que se recusou a rebater como reserva em jogos cruciais da temporada passada. Que determinou quando e onde ele jogaria. Que fez o técnico parecer um idiota. Que nunca deu a mínima para ninguém no time.
Os Giants precisavam tomar outro rumo. E não o fizeram. Os Giants ficaram de fora dos playoffs nos últimos três anos. Renovar com Bonds não fez aumentar suas chances para 2007.
Marcadores: Barry Bonds, Giants, Recorde de home runs
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7.12.06
Desespero
Ontem, Barry Bonds passou voando pelo lobby do hotel onde está sendo realizada a convenção de inverno do beisebol, como mais um pretendente a emprego em um lugar lotado deles. Esses pretendentes geralmente são jovens aspirantes a executivos com vinte e poucos anos tentando uma vaguinha no escritório de algum time, narradores e comentaristas desempregados à procura de suas próxima chance e olheiros grisalhos buscando um novo empregador. Eles não são e, na verdade, na longa história do esporte, nunca foram um rebatedor careca, bombado e geralmente mal-humorado prestes a quebrar o recorde de
home runs do beisebol.
John Donovan,
SI.com, 7 de dezembro de 2006
Barry Bonds apareceu na convenção de inverno do beisebol, na Disney World, ontem, para apressar as conversas sobre seu contrato. Infelizmente, o rebatedor cabeção foi asseadiado o tempo todo por crianças que achavam que ele era um personagem da Disney.
Pete McEntegart,
SI.com, 7 de dezembro de 2006
Se Barry Bonds teve de se desesperar a ponto de ir até a convenção de inverno, na Flórida, atravessando todo um continente, a fim de tentar arrumar um contrato que o apeteça e não conseguiu cumprir seu intento, mesmo em uma época de negociações esdrúxulas como a que gerou um contrato de US$ 40 milhões para Ted Lilly, é porque ele provavelmente não vai conseguir um aumento. Ora, ele provavelmente não vai conseguir nem um corte pequeno.
Eu não tenho dúvidas: Bonds vai jogar em 2007. E será em São Francisco. Só que os Giants não querem e nem vão pagar nada próximo aos US$ 18 milhões que Bonds recebeu em 2006. O homem da cabeça grande vai ter de engolir um contrato que vai pagar bem menos que isso, ainda assim na casa de alguns muitos milhões. Ele não vai querer perder a oportunidade de quebrar e, sim, manchar o recorde de
home runs, já que ele só precisa de 22* para isso.
Já que parece inevitável que ele manche ainda mais o recorde, que pelo menos não seja nos termos dele.
Marcadores: Barry Bonds, Recorde de home runs
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14.11.06
Milhões para o Seibu e para Zito
Ainda faltam algumas horas para se confirmar que o Boston ganhou o leilão pelo direito de negociar contrato com o arrmessador japonês Daisuke Matsuzaka. Os primeiros rumores de ontem davam conta que o maior lance tinha sido menos de US$ 20 milhões, muito menos do que os japoneses do Seibu e toda a mídia japonesa e norte-americana esperavam, mas hoje já se fala em algo na vizinhança dos US$ 40 milhões, algo mais próximo do inicialmente previsto. Há até quem fale em US$ 51 milhões.
Mesmo se forem US$ 45 milhões, esse total já é maior do que a folha de pagamento de quatro times: Florida, Tampa Bay, Colorado e Pittsburgh. Isso porque o valor só dá direito a negociar com o arremessador. Nele não está incluída nenhuma parte de seu salário. Ou seja, no final da negociação, não será difícil os valores passarem de US$ 100 milhões. Por um só jogador. (Se os Sox não chegarem a um acordo salarial com Matsuzaka, o dinheiro investido para a compra dos direitos de negociação é devolvido.)
Isso demonstra não só o quanto um arremessador titular de primeira linha está valorizado no mercado, mas também o potencial de marketing que um jogador desses tem. É óbvio que os Red Sox e os dois times de Nova York seriam os times que mais poderiam explorar esse potencial, porque têm seus próprios canais de televisão, mas praticamente qualquer time poderia lucrar com o marketing se tivesse condições de fazer um investimento tão proibitivo. É como dizer que eu poderia ganhar R$ 100 mil de lucro se comprasse uma casa de R$ 1,9 milhões e vendesse logo depois por R$ 2 milhões. Como não tenho a grana para o investimento inicial, não preciso nem preocupar com a possibilidade.
Agora é esperar para saber mais detalhes sobre o leilão e depois esperar ainda mais para saber se Matsuzaka vai mesmo vestir o uniforme que um dia foi de Ted Williams.
Zito O empresário Scott Boras está tentando vender a imagem de Barry Zito como sendo a de um arremessador número 1, o que lhe valeria um salário de cerca de US$ 14 milhões por ano. Só que dois dos principais candidatos a assinar contrato com ele, Mets e Yankees, não compram essa idéia. O jornal
New York Daily News garante que Tom Hicks, dono dos Rangers, compra.
Mesmo assim, Boras quer tentar descobrir se os Yankees faria um negócio impulsivo, pagando um salário ainda maior a Zito. Para isso, ele pretende passar por cima do gerente geral do time, Brian Cashman, e chegar direto ao dono, o folclórico George Steinbrenner. No que depender de Cashman, os Yankees pagariam um alto salário para um arremessador de quem eles realmente gostam, como Andy Pettitte ou Roger Clemens, se um deles ou ambos decidir continuar jogando.
Marcadores: Daisuke Matsuzaka, Red Sox
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10.11.06
A
Azul Linhas Aéreas tem divulgado e publicado em seu site diversas promoções de passagens aéreas. Parece que o conceito está dando certo, talvez até mais certo que o conceito da Gol quando entrou no mercado aéreo, no início desta década. Em um universo de diversas companhias aéreas lutando pela sobrevivência, as
Promoções Azul parecem uma excelente novidade, tanto para o passageiro como para a própria empresa.
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7.11.06
Polêmica
O sucesso do St. Louis Cardinals nos playoffs, depois de suas míseras 83 vitórias na temporada regular, traz à tona um assunto delicado para muita gente. A "divisão das divisões".
Por que os Cardinals se classificaram para a pós-temporada tendo vencido apenas quatro jogos a mais do que perderam? Certa vez o lateral Marinho Chagas, que jogou no São Paulo nos anos 70, disse que tudo se resumia a duas palavrinhas: "a zar". Pois é, foi justamente isso que não assolou os Cards em 2006. É só ver com quem eles concorreram ao título da LN Central.
Os Astros foram um time com ataque anêmico, que acabou razoavelmente bem a temporada a despeito de ter a segunda pior SLG mesmo jogando em um estádio que favorece os rebatedores. Os Cubs foram um time mal construído, que se desfez assim que as contusões começaram a aparecer, como se fossem água em um time de açúcar. Reds, Brewers e Pirates até podem ter um bom futuro pela frente, mas neste ano ainda não puderam ser levados a sério.
Ou seja, mesmo com todos os problemas que os Cardinals tiveram, eles puderam contar com a "ajuda" dos demais integrantes de sua divisão.
Para colocar mais lenha na fogueira, lembremo-nos da AL Oeste. O caminho do Oakland, por exemplo, também é mais fácil, mas por motivos diferentes. Entra ano, sai ano, eles só precisam ser melhores que três times para chegar aos playoffs. Para melhorar ainda mais a situação dos A's, o histórico dos seus três concorrentes de divisão não impõe tanto respeito: somados, Angels, Mariners e Rangers têm um título de liga, dos Angels, que também levaram a Série Mundial em 2002.
Lembro ainda que um time como os Blue Jays não teve a mesma sorte na última temporada. Eles tiveram quatro vitórias a mais que os Cards, mas, numa divisão com Yankees e Red Sox e na Liga Americana, neste ano mais disputada que a Nacional, precisariam no mínimo de mais oito para disputar um jogo-desempate para se classificar na repescagem! Os Jays permitiram menos corridas que o time de St. Louis, assim como um saldo de corridas maior. E eu já mencionei que tudo isso foi numa liga mais disputada?
É claro que o conceito de divisões e ligas (ou conferências, nos outros grandes esportes americanos) soa estranho à primeira vista para um Brasileiro, acostumado aos pontos corridos do Campeonato Brasileiro ou, pior, às fórmulas esdrúxulas de anos anteriores. Para um americano, acabar com esse sistema é uma heresia. E, deixo claro, para mim também. Só que o sistema proporciona injustiças, que, por sua vez, suscita polêmicas.
Mas, afinal, não é de polêmica que vive qualquer esporte?
Marcadores: Cardinals, Divisões, LN Central
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31.10.06
Novos agentes livres
Alfonso Soriano, Jason Schmidt e Kerry Wood estão entre os jogadores que submeteram documentos no domingo para se tornar agentes livres. Infelizmente, Wood ficará de fora de qualquer atividade por seis semanas, devido a cortes nos dedos causados pelo papel.
Este blog não sairá do ar durante as férias do beisebol. Simplesmente entrará em modo semi-hibernação. Ou seja, sempre que houver algo de interessante (ou não) a ser dito, postarei por aqui. Tentarei fazer no mínimo um post novo por semana, mas vai depender das notícias disponíveis.
Marcadores: Agentes livres
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28.10.06
São os Cards!
No meio do mar de bonés vermelhos, era quase impossível enxergá-lo. Do "alto" de seu 1,70 m, David Eckstein era visto apenas pela ponta de cima de seu boné, mas ele provavelmente pouco estava se importando. Não era ali que ele precisava ser visto. Ele já tinha sido visto o bastante durante a série. Visto ocupando bases, para falar a verdade. E seria visto poucos minutos depois, sendo coroado oficialmente o MVP da Série Mundial.
Nos dois primeiros jogos, ele ficou na dele, sem nenhuma rebatida válida em nove tentativas. Mas as seis que conseguiu nos dois últimos jogos, impulsionando quatro corridas, foram o suficiente para ele ser considerado o jogador mais importante no décimo título dos Cardinals. Tudo bem, não foi o único. Yadier Molina, aquele mesmo que teve um aproveitamento de meros 21,6% na temporada regular (se tirar os jogos contra os Pirates, então, essa média se bobear tendeu a zero), rebateu três vezes no jogo decisivo, acumulando sete em 16 tentativas durante a série inteira.
Os arremessadores também foram importantes. Jeff Weaver, no jogo 5, permitiu apenas uma corrida (a outra foi não-permitida) em oito entradas. Chris Carpenter foi espetacular no jogo 3. Jeff Suppan e até o novato Anthony Reyes também cumpriram o seu papel. Albert Pujols nem precisou brilhar.
No jogo 5, não houve chuva interferindo, não houve mancha polemizando. Houve duas equipes batalhando por motivos diferentes. Uma apenas para sobreviver por mais um dia. Outra para não deixar que esta série voltasse a Detroit. Ganhou a que teve mais sorte ou seria "menos azar" ao longo da série. Não, melhor riscar essa última frase. Estes campeões têm muito pouco de sorte neles. Contaram com a ajuda do adversário, que cometeu erros como um aluno do primário tentando passar em um vestibular, é verdade.
Mas estes campeões produziram o que precisaram. Era bom ter duas corridas de vantagem nas últimas duas entradas? Claro. Então Scott Rolen rebate para a direita e adivinhe quem marca 4-2? Eckstein. Algum erros dos Tigers aí? Se houve, então eu preciso voltar a usar óculos. Na defesa, os Cardinals presenciaram alguns dos piores momentos do ataque do Detroit no ano, mas por que isso não pode ser atribuído a seus arremessadores, ainda mais com os números sensacionais que eles tiveram na Série Mundial?
O ponto de vista preferido dos jornais da manhã deverá ser o fato de que esses Cardinals foram incapazes de vencer 84 jogos durante a temporada regular. Eles vão lembrar que o time de Pujols quase desmoronou no final de setembro, em uma
derrocada que teria sido a pior de todos os tempos. Vão lembrar que nenhum time na história foi campeão tendo ganho uma porcentagem menor de jogos ao longo do verão setentrional.
Como se a torcida de St. Louis estivesse ligando. Ela está é orgulhosa disso. Ela pode bater no peito e dizer que seu time demonstrou uma garra poucas vezes vista, quando um time juntou seus cacos e, contra três times que vinham mais embalados, eliminou um a um. Não sem dificuldades, mas quando se dá tudo de si, quando se deixa todo o suor em campo, é difícil alguma barreira não ser superada.
É assim que eu resumo o que os Cards acabaram de conquistar. Não que os jogadores estejam sequer pensando nisso. Neste exato instante, devem estar tomando banho de champanhe no vestiário, preparando alguma comemoração para varar a madrugada, beijando o troféu, sei lá. Mas para cair a ficha ainda serão necessários alguns dias.
Não vai haver manchete de jornal que os acorde deste sonho pela manhã.
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27.10.06
O décimo jogador
O jogo 4 da Série Mundial foi um jogo estranho. E não apenas porque Sean Casey rebateu um
home run. A chuva atrapalhou bastante, mas prejudicou principalmente os Tigers. Das cinco corridas marcadas pelos Cardinals, quatro foram proporcionadas por falhas na defesa, boa parte delas influenciada pela água que caía do céu e se depositava na grama ou na terra. Ou seja, a chuva foi o décimo jogador dos Cards em campo. E parece que ela está escalada novamente hoje à noite.
Se os Cardinals vencerem, fecham a Série em 4-1 e ficam com o título.
O diminuto David Eckstein foi, ao lado da chuva, o principal responsável pela vitória do St. Louis por 5-4. Ele teve quatro rebatidas válidas, sendo três delas duplas, duas delas cortesia de falhas da defesa dos Tigers e uma causada por um escorregão no gramado molhado. O quarto erro de um arremessador do Detroit na série ainda ajudou, proporcionando a corrida de empate de Eckstein na sétima entrada. E o jardineiro esquerdo Craig Monroe também contribuiu, ao jogar adiantado na rebatida de Eckstein na oitava entrada que mandou para casa a corrida da vitória.
Não, os Tigers não jogaram tão mal quanto na terça-feira. Mas ainda cometeram gafes imperdoáveis, sejam elas culpa da chuva ou não afinal, não trocavam o gramado quando os Cardinals iam para a defesa. Jeremy Bonderman até que começou bem, mas depois se perdeu e foi substituído por Fernando Rodney, que também foi bem até cometer o erro grosseiro no sacrifício de So Taguchi. Era só mandar para a primeira base, a partir da metade da linha da mesma. E ele mandou uma bola que um jogador de basquete teria dificuldade para apanhar.
Na parte de cima da oitava entrada, os Tigers demonstraram que ainda estavam rugindo e conseguiram empatar a partida graças a uma grande rebatida de Ivan Rodríguez, que acabou em casa com outra grande rebatida, de Brandon Inge. Não foi o suficiente, pois Eckstein ainda tinha na manga mais uma rebatida, mais a já citada falha de Monroe. Por sinal, se Monroe tivesse apanhado aquela bola, teria sido uma jogada espetacular. E é exatamente por isso que não se pode julgar um jardineiro pelas jogadas espetaculares que ele faz: se Monroe não tivesse se enganado, seria necessária uma apanhada corriqueira para eliminar Eckstein.
E agora os Cards estão a ponto de conseguir aprontar uma grande zebra. Se eles forem campeões, sua campanha de 83-78 na temporada regular terá sido a pior de qualquer campeão na história. Hum, é capaz de ser justamente esse o problema dos Tigers. Era para eles serem a zebra destes playoffs. Essa era a "fórmula secreta". Os Cardinals, aparentemente, descrobriram e até aqui estão fazendo bom uso dela.
Ou então alguém libertou de seu confinamento aqueles Tigers que tiveram campanha de 19-31 nos últimos 50 jogos da temporada regular. Mas onde teria esse alguém escondido os Tigers que eliminaram Yankees e A's?
Marcadores: Cardinals, Série Mundial, Tigers
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26.10.06
Chuva
O jogo 4, que era para ter acontecido ontem à noite, foi adiado para hoje, por conta da chuva que caiu em St. Louis. Com isso, o jogo 5 passou para amanhã, que seria um dia reservado à viagem de ambos os times para Detroit.
O problema é que prevêem mais chuva até amanhã na cidade do Missouri, e não dá para saber quando é que Cardinals e Tigers voltarão a campo. A previsão do tempo para o fim de semana também não é muito animadora em Detroit, onde será disputado o jogo 6 no sábado, se necessário. E se possível.
É a típica coisa que acontece quando se tenta jogar beisebol em clima de hóquei. Antigamente, a Série Mundial era disputada na segunda semana de outubro, mas já avançou umas duas semanas, primeiro com a criação das Séries de Campeonato, depois com a expansão destas de cinco para sete jogos e em seguida com a introdução das Séries de Divisão.
E deve ficar pior no ano que vem, porque o novo contrato de transmissão em rede nacional (dos EUA, bem entendido) exige que a Série Mundial comece numa terça-feira. Isso significa quatro dias mais cedo ou três dias mais tarde que o formato atual. Adivinhe qual será a opção escolhida?
Vale lembrar sempre que a maioria dos times nos EUA, mais os Blue Jays no Canadá, estão localizados em zonas temperadas, onde a segunda metade de outubro já é um inverno mais rigoroso até que o de São Paulo, que não é tão "light" assim na maioria dos anos. Então, se não tivermos uma Série Mundial entre Texas Rangers e Florida Marlins, a probabilidade de adiamento de partidas por causa de mau tempo é grande.
O comissário Bud Selig já se mostrou preocupado com o problema e falou até em fazer a temporada regular voltar aos 154 jogos de 50 anos atrás, mas é difícil imaginar que os clubes aceitem tal medida, muito menos a eliminação de uma fase dos playoffs. E quais seriam as soluções? Mais rodadas duplas? Começar a temporada mais cedo? Isso faria com que o termo Treino de Primavera perdesse completamente seu significado, pois, se hoje em dia só o final desse treino cai na primavera, com essa nova idéia seria possível até termos jogos antes de 21 de março, quando se encerra o inverno setentrional.
Mas não acredito que a MLB vá levar alguma dessas sugestões a sério. É bem possível, até provável, que comecemos a ver a Série Mundial em novembro com naturalidade.
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Escrito por Alexandre Giesbrecht |
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